Há dois meses, jornalistas, estudantes, futuros e a sociedade brasileira receberam a informação da concessão de uma das profissões mais polêmicas da atualidade. Após alguns dias, comparações, críticas, manifestos estão sendo feitos. Mas ainda percorre uma incógnita: o jornalismo necessita de um diploma para ser importante?
Ao retirar meu diploma de jornalista , passou um feed back de toda minha trajetória estudantil. Acreditas que me senti um verdadeiro jornalista na entrega? Piegas, pode ser, mas no momento pensei nos valores pelos quais a faculdade me educou, lembrando do ensino de cada um dos sábios professores, a influência dos meus pais para a finalização do curso e, obviamente, a felicidade do dia da formatura que não foi nada tranqüilo. E quando vejo, parece que a casa cai.
Um jornalista de Porto Alegre postou em um site algo que me fez refletir. No texto, dizia que nos seus 40 anos de jornalista, a profissão já passava por toda essa transformação do diploma, e que não era novidade que se tornasse inconstitucional. Para ele, o mérito da decisão está na eficácia das empresas, que saberão selecionar os profissionais os quais procura, e além disso, as universidades e os próprios alunos deverão ser mais rígidos na forma de ensinar e aprender. Pode até ser, mas sejamos cientes que para alguém no mercado há décadas não será tão exigente como para os novos.
Acredito que todo manifesto é bem vindo. O jornalista pode até não precisar do diploma para trabalhar, mas a sua presença é de extrema relevância, pelo menos moral. Portanto, não é qualquer cozinheiro, como citado uma comparação no STF, que corre atrás de notícias. Um bom arroz eu sei fazer, não precisei do certificado, mas aprendi com professores em casa; para jornalista, sem dúvida, necessito ainda mais deles.
Rafael dos Santos Munhos