27 setembro 2010

Tentando ser Gente Grande


Assistir Adam Sandler, Rob Schneider e Cris Rock em cena é sempre sinônimo de comédia, e muitas vezes bem escrachadas. Porém desta vez a união entre estes colegas e os demais atores mostra uma veia cômica com aspecto de aventura infantil, o que de uma certa forma é agradável.Gente Grande é aquele tipo de filme que nos faz lembrar dos amigos, das festas, encontros, deboches, bebidas e tudo que remete à diversão.

A história é de uma turma de amigos que jogavam basquete e se encontram 30 anos depois no enterro do treinador. Logo após a cerimônia, resolvem passar o feriadão da Independência dos Estados Unidos na casa de um dos colegas. O ambiente se torna uma verdadeira festa, com as esposas e filhos, sendo que cada pessoa tem uma característica engraçada. São aspectos que tornam o filme gostoso de assistir, mas só.

A história é fraca, não anda, o que deixa a desejar. É um desperdício ver Adam Sandler, cujo ator carismático estar sem sal, igualmente a bela e talentosa Salma Hayek, que já fez filmes bem interessantes. Um exemplo da falta de sal está no esperado confronto entre o time de Sandler e os adversários, "inimigos" do passado, o jogo é tão sem graça como assistir jogo de bocha. Outro ponto é a citação mais do que batida em filmes de comedia sobre o preconceito racial, onde o negro é sempre visto como marginal.

São pontos que poderiam ser repensados. Mesmo assim, pra quem adora os atores vale a pena assistir Gente Grande.

24 setembro 2010

Nosso moderno lar




Muitos críticos, entendidos sobre cinema e apenas espectadores dizem que o cinema brasileiro evoluiu nos últimos anos, mas em quê? Audiência, história ou tecnologia? Sinceramente, ainda tenho dúvidas. Assisti há alguns dias o filme Nosso Lar, baseado na obra de Chico Xavier, e sinceramente, saí com um vazio do cinema.

Simplesmente o retrato da vida após a morte em um cenário futurista diverge de um mundo perfeito, até porque na vida, ainda mais no Brasil, a realidade é outra. Como num passe de mágica, o espírito de André Luís, o personagem principal da história, ao chegar no Nosso Lar recebe cuidados como se estivesse em um hotel cinco estrelas, anda em um aeromóvel por lugares inimagináveis e usa computadores de última geração. É mais do que irreal.

Não crítico de forma alguma religião qualquer, mesmo achando a história baseada no livro de Chico confusa. Sou leigo, acredito em outras vidas e é interessante que as pessoas tenham sua própria fé, porém, acho descabido cinematograficamente o filme, e nada comovente. Pelo menos é a impressão que tive ao reparar as outras pessoas no cinema, com um ar de cansaço.

A atuação de grande parte do elenco também deixa a desejar. Alguns atores parecem engessados nos seus papéis quando comentam sobre a vida após a morte, utilizando muitas vezes de frases prontas como em uma novela mexicana. O que sobra é o talento de atores consagrados como Othon Bastos, Werner Schünemann e Ana Rosa.

No entanto, não é por nada que mais de 2 milhões de pessoas assistiram o filme em menos de um mês, uma surpresa para o cinema brasileiro. Talvez seja a maneira de podermos relaxar e acreditar na paz que não encontramos no mundo vivo. Mas como estou na “terra”, devo acreditar ainda na evolução do cinema nacional.