24 setembro 2010

Nosso moderno lar




Muitos críticos, entendidos sobre cinema e apenas espectadores dizem que o cinema brasileiro evoluiu nos últimos anos, mas em quê? Audiência, história ou tecnologia? Sinceramente, ainda tenho dúvidas. Assisti há alguns dias o filme Nosso Lar, baseado na obra de Chico Xavier, e sinceramente, saí com um vazio do cinema.

Simplesmente o retrato da vida após a morte em um cenário futurista diverge de um mundo perfeito, até porque na vida, ainda mais no Brasil, a realidade é outra. Como num passe de mágica, o espírito de André Luís, o personagem principal da história, ao chegar no Nosso Lar recebe cuidados como se estivesse em um hotel cinco estrelas, anda em um aeromóvel por lugares inimagináveis e usa computadores de última geração. É mais do que irreal.

Não crítico de forma alguma religião qualquer, mesmo achando a história baseada no livro de Chico confusa. Sou leigo, acredito em outras vidas e é interessante que as pessoas tenham sua própria fé, porém, acho descabido cinematograficamente o filme, e nada comovente. Pelo menos é a impressão que tive ao reparar as outras pessoas no cinema, com um ar de cansaço.

A atuação de grande parte do elenco também deixa a desejar. Alguns atores parecem engessados nos seus papéis quando comentam sobre a vida após a morte, utilizando muitas vezes de frases prontas como em uma novela mexicana. O que sobra é o talento de atores consagrados como Othon Bastos, Werner Schünemann e Ana Rosa.

No entanto, não é por nada que mais de 2 milhões de pessoas assistiram o filme em menos de um mês, uma surpresa para o cinema brasileiro. Talvez seja a maneira de podermos relaxar e acreditar na paz que não encontramos no mundo vivo. Mas como estou na “terra”, devo acreditar ainda na evolução do cinema nacional.

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